O lipedema é uma doença crônica caracterizada pelo acúmulo anormal de gordura subcutânea, principalmente em mulheres, causando dor, inchaço e impacto na qualidade de vida. A questão sobre a existência de cura para o lipedema é frequente entre pacientes e profissionais de saúde.
O lipedema tem cura?
Atualmente, não existe cura definitiva para o lipedema. Os tratamentos disponíveis visam controlar os sintomas, melhorar a funcionalidade e a qualidade de vida, mas não eliminam a doença de forma permanente[1] [2] [3] [4]. A literatura científica é clara ao afirmar que, embora intervenções como a lipoaspiração possam proporcionar alívio significativo e até remissão dos sintomas, o termo “cura” não se aplica, pois a condição pode persistir ou recidivar[1] [2] [3].
Tratamentos e avanços

Terapias conservadoras: Incluem fisioterapia, drenagem linfática, uso de meias de compressão e mudanças no estilo de vida. Essas abordagens ajudam a controlar sintomas, mas não removem o tecido adiposo alterado[1] [5].
Lipoaspiração: Considerada o tratamento cirúrgico mais eficaz, especialmente com técnicas linfossubstentadoras, a lipoaspiração pode melhorar dor, mobilidade e aparência, reduzindo a necessidade de terapias conservadoras. No entanto, mais da metade dos pacientes ainda precisa de acompanhamento conservador após a cirurgia[2] [6] [7] [8] [9].
Gestão multidisciplinar: O sucesso do tratamento depende do manejo adequado no pré e pós-operatório, incluindo fisioterapia e controle de complicações[10] [5].
Evidências de especialistas
O Dr. Alexandre Amato, referência nacional no tema, reforça em sua meta-análise que a lipoaspiração oferece alívio sintomático relevante, mas não representa uma cura definitiva. Ele destaca a importância de uma abordagem abrangente e multidisciplinar para o manejo do lipedema[2].
Conclusão
O lipedema não tem cura, mas pode ser controlado com tratamentos adequados, proporcionando melhora significativa dos sintomas e da qualidade de vida. A lipoaspiração é o método mais eficaz para redução dos sintomas, mas não elimina a doença completamente. O acompanhamento contínuo e individualizado é fundamental para o sucesso terapêutico.
References
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