Pular para o conteúdo

Entrevista com o Dr. Alexandre Amato no Research Roundtable: entendendo a inflamação no lipedema


No dia 3 de fevereiro de 2025, o Research Roundtable reuniu ao vivo a Dra. Karen Herbst e o Dr. Alexandre Amato (MD, PhD, MBA) para um bate-papo profundo sobre um dos maiores desafios no manejo do lipedema: a inflamação. Confira os destaques desta conversa e saiba como aplicar essas descobertas na prática clínica e no seu dia a dia!

YouTube video

1. “Não podemos continuar jogando gasolina no fogo”

“We can’t keep throwing gasoline on the fire”

– Dr. Alexandre Amato

O Dr. Amato comparou a inflamação ao fogo: se continuamos a alimentar o “fogo” com fatores desencadeantes, nunca conseguiremos controlá-lo. O lipedema funciona como uma “luz vermelha piscando” no painel do carro, indicando que algo no organismo está fora de equilíbrio.


2. Principais gatilhos de inflamação em lipedema

  1. Sensibilidades alimentares e leaky gut (intestino permeável)
  2. Alterações hormonais
  3. Varizes e disfunções venosas
  4. Privação de sono, estresse e traumas
  5. Exercício em excesso ou sedentarismo
  6. Obesidade e processos infecciosos
  7. Síndromes alérgicas (mastocitose), doenças autoimunes

Identificar quais desses fatores são relevantes para cada paciente é fundamental para interromper o ciclo inflamatório.


3. Abordagem conservadora x cirurgia

  • Menos de 10% dos pacientes do Dr. Amato escolhem lipoaspiração como primeira opção.
  • Tratamentos conservadores (dieta, suplementos, exercícios orientados, compressão pneumática) costumam trazer melhores resultados e menor risco do que a cirurgia isolada.
  • O tecido lipedematoso age como um “escudo protetor”, evitando que a inflamação se espalhe para órgãos vitais. Ainda não há estudos concretos sobre o que ocorre após a remoção completa dessas reservas de gordura.

4. Dietas e planos de eliminação

  • Elimination Diet: retirar por 1–2 semanas alimentos suspeitos (glúten, laticínios, oleaginosas etc.) e reintroduzi-los gradualmente, avaliando sintomas.
  • Dieta anti-inflamatória personalizada (mediterrânea, low-histamine, cetogênica etc.), sempre com acompanhamento clínico e nutricional.

5. GLP-1 agonistas e inflamação

  • Agonistas de GLP-1 (ex.: semaglutida) podem auxiliar na redução de peso e têm efeitos indiretos anti-inflamatórios.
  • Importante: pacientes que iniciam GLP-1 sem controlar antes a inflamação muitas vezes não respondem bem ao medicamento.

6. Monitoramento e testes

  • Avaliação clínica baseada em questionários de sintomas (dor, edema, petéquias).
  • Testes de IgG para intolerâncias e marcadores indiretos de leaky gut (zonulina, calprotectina fecal).
  • Laboratoriais: PCR, ferritina, homocisteína, entre outros, lembrando que não há um marcador “padrão-ouro” para inflamação crônica no lipedema.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.