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Qual o papel dos hormônios sexuais no desenvolvimento e progressão do lipedema?

O lipedema é uma condição crônica caracterizada pelo acúmulo desproporcional de gordura subcutânea, afetando quase exclusivamente mulheres. Os hormônios sexuais, especialmente o estrogênio e a progesterona, desempenham um papel central no desenvolvimento e progressão do lipedema, influenciando o metabolismo e a distribuição do tecido adiposo.

Mecanismos Hormonais Envolvidos

Estrogênio: O início e agravamento do lipedema frequentemente coincidem com períodos de grandes flutuações hormonais femininas, como puberdade, gravidez e menopausa, sugerindo forte influência do estrogênio [1] [2]. Alterações nos receptores de estrogênio nos adipócitos e aumento da produção local de estrogênio podem favorecer o acúmulo de gordura, especialmente em membros inferiores [1].
Progesterona: Mutações em genes que regulam o metabolismo da progesterona, como AKR1C1 e AKR1C2, foram identificadas em famílias com lipedema. Essas mutações levam a uma redução na inativação da progesterona, promovendo maior deposição de gordura subcutânea [3] [4].

Evidências Genéticas e Metabólicas

Fator Hormonial/Genético Efeito no Lipedema Citações
Flutuações de estrogênio Aumento do risco e progressão do lipedema [2] [1]
Alteração nos receptores de estrogênio Maior adipogênese e acúmulo de gordura [1]
Mutações em AKR1C1/AKR1C2 Redução da inativação da progesterona e mais gordura [3] [4]
Superexpressão de AKR1C2 Fator causal independente de mutação genética [4]

O que ainda não está claro

Apesar das evidências, a relação exata entre hormônios sexuais e lipedema ainda não está totalmente elucidada, e outros fatores genéticos e ambientais podem estar envolvidos [2] [1] [4].

Conclusão

Os hormônios sexuais, principalmente estrogênio e progesterona, têm papel fundamental no desenvolvimento e progressão do lipedema, atuando por meio de alterações metabólicas e genéticas que favorecem o acúmulo de gordura subcutânea. A compreensão desses mecanismos pode ajudar no diagnóstico e no desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas.

References

  1. Katzer, K., Hill, J., McIver, K., & Foster, M. Lipedema and the Potential Role of Estrogen in Excessive Adipose Tissue Accumulation. International Journal of Molecular Sciences. 2021; 22. https://doi.org/10.3390/ijms222111720
  2. Favre, L. [Lipedema: Which Etiological Pathways?]. Praxis. 2018; 107 20. https://doi.org/10.1024/1661-8157/a003085
  3. Michelini, S., Chiurazzi, P., Marino, V., Dell’Orco, D., Manara, E., Baglivo, M., Fiorentino, A., Maltese, P., Pinelli, M., Herbst, K., Dautaj, A., & Bertelli, M. Aldo-Keto Reductase 1C1 (AKR1C1) as the First Mutated Gene in a Family with Nonsyndromic Primary Lipedema. International Journal of Molecular Sciences. 2020; 21. https://doi.org/10.3390/ijms21176264
  4. Kaftalli, J., Donato, K., Bonetti, G., Dhuli, K., Macchia, A., Maltese, P., Herbst, L., Michelini, S., Chiurazzi, P., Hill, M., Marceddu, G., Bernini, A., & Bertelli, M. Aldo-keto reductase 1C2 (AKR1C2) as the second gene associated to non-syndromic primary lipedema: investigating activating mutation or overexpression as causative factors.. European review for medical and pharmacological sciences. 2023; 27 6 Suppl. https://doi.org/10.26355/eurrev_202312_34697

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